quarta-feira, 21 de outubro de 2009

UMA VISÃO DA IMPORTÂNCIA DO CURRÍCULO INTEGRADO

A fragmentação dos processos de produção ( Taylorismo e Fordismo) e a cultura escolar assemelham-se muito, pois o fordismo traduz uma filosofia onde o menos importante são as necessidades e os interesses das pessoas, essas que tinham que atender apenas as atividades menos complexas, mais rotineiras e monótonas, sendo assim impossibilitadas de interagir e refletir.
Privando a classe trabalhadora sobre sua capacidade de autonomia, e decisão sobre o próprio processo de trabalho, sobre o produto as condições e o ambiente de trabalho.
Enquanto que as políticas e as práticas educacionais impediam a reflexão crítica sobre a realidade e a participação na vida comunitária. O que se aprendia nas salas de aula eram habilidades relacionadas com a obediência e a submissão a autoridade, e a um “currículo oculto” que “fugia” a liberdade individual e a transformação social.
As disciplinas escolares eram trabalhadas de forma alienatória , abstrata e isolada “tais quais as esteiras do fordismo”, importando somente as notas escolares, que representavam a mesma coisa que os salários dos operários e operárias. O produto e o processo de trabalho não valiam, somente sendo importante o resultado extrínseco, o salário ou as qualificações escolares.
Impreterivelmente, a cultura escolar tanto quanto as idéias do fordismo e taylorismo, promovendo para fins de “lucro” para as dominantes.
Há uma organização e reorganização do trabalho com os princípios de flexibilidade horizontal e vertical, e de multifuncionalidade, tudo em prol de oportunidade, qualidade e rentabilidade da empresa.
O toyotismo pode reduzir-se a uma espécie de taylorismo interiozado, onde para melhorar a produção, pode-se recorrer a estratégias como eliminar movimentos inúteis e padronizar e simplificar bastante os processos.
Sem esquecer que os modelos toyotistas se caracterizam pelo ocultação das hierarquias de poder, sendo assim, o que se aplica é a discussão dos meios e as formas de obter determinados produtos, mas os verdadeiros objetos ficam á margem da classe trabalhadora(difusos e ocultos)
Acredita-se que o fordismo não desapareceu, ao contrário, continua desenvolvendo-se e reformulando-se.
Há influências dos modelos empresariais nos sistemas educacionais e para compreender as reformas e as inovações educacionais é preciso desvelar as razões e discursos nos quais se baseiam as políticas de reforma educacional oriundas da Administração como as modas pedagógicas estão impregnadas de discursos, ideais e interesses gerados e compartilhados por outras esferas da vida econômica e social.
No sistema escolar a análise crítica dos conteúdos e finalidades dos níveis educacionais, não pode ser analisada, por professores e professoras e estudantes, mas sim, o âmbito que correspondem a dimensões metodológicas e de organização das instituições escolares.
Há uma falta de compromisso sério com as reformas educacionais e, o discurso da autonomia pode reduzir-se apenas a liberdade de escolha, de estratégias para obter os objetivos impostos pelas estruturas centrais do sistema educacional.
È preciso formar pessoas com capacidade de crítica e solidariedade, ajudando cidadãos e cidadãs a enfrentar essas políticas de flexibilidade, descentralização e autonomia, propugnadas nas esferas trabalhistas.

SANTOMÉ, Jurjo Torres. As origens da modalidade de currículo integrado. In:______. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998, p.9-23.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

CONTRIBUIÇÕES IMPORTANTES DE EMÍLIA FERREIRO E ANA TEBEROSKY

Inquietação pedagógica, segundo Emília Ferreiro: não será possível considerar uma ação alfabetizadora que tome como ponto de partida o que estes adultos sabem, em lugar de partir do que ignoram?
Os alunos que não se alfabetizam podem estar submetidos a um processo inadequado, que crie conflitos com seu próprio modo de perceber a escrita. Aqueles que de um modo ou de outro aprendem a ler, podem ter encontrado uma conduta metodológica compatível com seu estágio de concepção sobre a escrita.
A proposta para que ocorra a verdadeira alfabetização é partir do que cada uma sabe e oferecer oportunidade de reflexão e prática até chegar à leitura e escrita competentes, pois o domínio do código escrito é uma aquisição cognitiva e, cada um é capaz de construir seu conhecimento. É essencial o contato com textos de diferentes tipos e o incentivo a escrita / mediado pelos temas trabalhados e suportado por materiais auxiliares (palavras cruzadas, os jogos com palavras, as fotos e recortes de gravuras de jornal, os exercícios mimeografados,...). As condutas metodológicas ligadas a uma série de habilidades e de hábitos escolares, auxiliando o desempenho e concorrendo para a aquisição da autonomia. O processo específico de ler e escrever se desenvolve a partir de uma situação coletiva.
Não será acaso nossa própria ignorância sobre o sistema de conceitos dos adultos o que nos leva a tratá-los como menos sábios?

QUAIS DIFICULDADES DAS PRÁTICAS NA EJA

COMO PERCEBO AS PRÁTICAS DISCENTE E DOCENTE NA EJA

São tantas adversidades para os adultos das camadas populares, sendo que, a questão de escolarização tem peso menor para a sua sobrevivência, questões como: habitação, saúde, emprego, alimentação, transporte,...têm prioridades em relação aos processos escolares. Sem falar, nas condições destes trabalhadores que estão limitados devido ao desgaste físico, assim, pouco tempo lhes sobra para a sua formação.
Quanto aos educadores, muitos têm dificuldades no ato de alfabetizar, sendo desprovidos de material técnico necessário e em condições mínimas de trabalho e de um corpo de conhecimento que possa subsidiar os desafios impostos pela prática educativa.
MAS PRECISAMOS IDENTIFICAR NOSSAS NECESSIDADES ENQUANTO EDUCADORES E VER QUAIS SÃO OS INTERESSES DE NOSSOS EDUCANDOS EM APRENDER? São os desafios nos movendo!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

UMA APRENDIZAGEM MUITO IMPORTANTE!!!!

Eu não conhecia, ou seja, não tinha convivência com pessoas surdas, porém sempre tive curiosidade em saber mais sobre este universo de pessoas de linguagem diferente, para enriquecer as minhas experiências. Agora com a interdisciplina de LIBRAS estou começando a entender quais os parâmetros e, que sinais favorecem o acesso das pessoas surdas aos conhecimentos existentes na sociedade.
Eu achava que as pessoas surdas não poderiam ser muito “desenvolvidas”, porém após ter contato com estudos sobre LIBRAS, minha concepção modificou e, meu preconceito até então que reconheço como ignorância está, felizmente, posto por “terra”.
O que estou aprendendo é que LIBRAS é uma língua que é comparável em complexidade e expressividade a quaisquer línguas orais; tendo suas próprias estruturas gramaticais; utiliza a visão como canal de comunicação; A LIBRAS é capaz de expressar idéias (complexas e abstratas), podendo os seus usuários discutir e expressar sobre diferentes e variados assuntos. Em LIBRAS se aumenta o vocabulário, como demais outras línguas, introduzidos pela comunidade surda em resposta à mudança cultural e tecnológica.
Eu acredito que para conversar com uma pessoa surda precisarei captar pela visão suas expressões faciais, pelos movimentos corporais e, com o alfabeto manual. Sempre olhando nos olhos.
O que eu gostaria é de poder trocar muitas idéias com pessoas surdas, pois tenho muitas curiosidades e porque acredito que aprenderei muito da cultura dos surdos que tem muitas histórias, a começar pela riqueza da língua de comunicação deles: a língua de sinais. Com o passar do semestre espero que nossas aulas sejam assim, enriquecedoras como está desde o início e desafiadoras para mim que tenho tanto a aprender com as pessoas surdas.
Estou muito curiosa em aprender LIBRAS, muito mesmo e, até já estou, aos poucos, estudando o manual das letras e do números; muito interessante mesmo.

ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS: AINDA UM DESAFIO.

Sigo como complemento às afirmações abaixo, com ideias retiradas do texto: " Alfabetização de adultos: ainda um desafio": de Regina Hara.
A alfabetização competente de adultos que une o compromisso político de educadores populares com a desenvoltura técnica necessária ao seu bom desempenho, não são suficientes para enfrentar o grande desafio importante pelos condicionantes de ordem social.
O ensino e as pesquisas em profundidade que possam aprimorar concepções e mecanismos de aprendizagem no campo da educação de adultos das camadas populares não ocorrem.É preciso sistematizar experiências de aprendizagem e todos terem acesso as pequenas produções de conhecimento disponível.
Temos que ter a iéia que devemos ser autores de nossas apredizagens para que ocorra transformação social, com expressão e empoderamento político e, nas "trocas" fazer a coletivização da alfabetização, na interlocução mais ampla, respeitando os sujeitos com seu histórico - sócio- cultural.

ALFABETIZAÇÃO UM GRANDE DESAFIO!

No texto "Alfabetização e a pedagogia do empowerment político", de Henry Giroux, se destacam idéias como; Alfabetização com política cultura, dentro deste contexto e, com dimensões: social, cultural, política e econômica da vida cotidiana, assim há uma complexa e fundamental relação entre ensino, aprendizagem e cultura dos alunos. É preciso haver uma teoria radical da alfabetização e, que precisa erguer-se sobre uma teoria dialética da voz e do empowerment. Há a necessidade de politização da alfabetização, que esteja articulada ao empowerment político, porque é ideologicamente concebida como construção histórica, política e social cuja finalidade está articulada à emancipação social e cultural dos sujeitos e dos grupos. Não pódemos ter a idéia que a alfabetização é apenas uma habilidade a ser adquirida.

PROJETOS DE APRENDIZAGEM_ UMA FONTE DE RIQUEZAS AO PLANEJAR

Achei extremamente interessante a pergunta B do Enfoque Temático 1: O que é planejar?; que envolvia o estudo de um fragmento do texto "Planejamento em busca de caminhos" (RODRIGUES, 2001), assim pude repensar muito na forma de direcionar o PA (Projeto de Aprendizagem); estava assim formulada a proposta B:
b) Elabore cinco perguntas que você considera importantes para fundamentar o planejamento de ensino, por exemplo: "O que é significativo que meus alunos aprendam?"
1) Quais os assuntos de interesse de meus alunos? O que querem aprender?
2) Quais os conhecimentos básicos que meus alunos têm? A que distância está daquilo que queremos alcançar?
3) O que faremos, para que realmente conseguirmos alcançar o que queremos?
4) As concepções estão em eixos voltados como: sociedade, conhecimento, homem, cultura, aprendizagem e currículo?
5) Há a interdisciplinaridade no que é proposto?
OBSERVAÇÃO; No decorrer de mais postagens vou expondo mais sínteses de textos interessantes que contribuem para meu aprendizado e, desde a tempos já afirmei que tenho dificuldades em trabalhar com PA com meus alunos, estou aprendendo, não é?

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

MINHAS EXPECTATIVAS PARA ESTE SEMESTRE E COMO VOU ATINGÍ-LAS

QUE BOM! Mais um semestre que veio para continuar nos ajudando nesta carreira de tantas exigências que é o de ser PROFESSORA.
Minhas maiores expectativas são entre elas: saber melhor como seguir adiante um projeto de aprendizagem, pois será neste semestre que vou pesquisar bem mais para encontrar soluções para "diminuir"minhas dúvidas, bem como rever minhas práticas pedagógicas, "bem mais de perto", cito também a importância dos estudos sobre o desenvolver do processo de albabetização para a complexidade do letramento, situações estas que vivêncio na prática, mas com suporte teórico respeitável, que esta faculdade nos traz, vou dinamizar minhas aprendizagens com argumentos e evidências capazes de me levar a ter autoria, mais expressão, enfim tendo mais autonomia. Está na minha essência que é a transformação, isto tudo com muita autodeterminação e, de buscar sempre o melhor para mim e para os que me rodeiam. Beijos a todos os professores, tutores e coordenadores e, afirmo que admiro vocês, pois são vocês, meus aliados para que as transformações ocorram em favor da educação. Sinceros votos de muitas alegrias a todos!!!!!!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

ARGUMENTOS SIGNIFICATIVOS PARA QUE SE TENHA UM CURRÍCULO QUE PRIORIZE A CULTURA INDÍGENA DO BRASIL

1° ARGUMENTO: Vivemos numa situação mundial, onde o capitalismo e globalização são predominantes e fazem mal aos povos, onde só o que importa é o Ter e não o Ser que, com certeza, um currículo que abrangesse estudos sobre a cultura indígena, em muito iria acrescentar de qualidade à nossa vida. Aqui, relato uma demonstração, como premissas deste argumento, uma forma que demonstra que a vida dos índios é muito mais social que pensamos e, que com certeza, temos muito que aprender com eles. E, este currículo em muito desmistificaria a idéia distorcida que muitos tem sobre os índios.
“A principal marca do mundo indígena é a diversidade de povos, culturas, civilizações, religiões, economias, enfim uma multiplicidade de formas da vida coletiva e individual.”
“As relações de parentesco têm uma força muito grande nas sociedades indígenas. Tudo o que produzem, plantam, caçam ou pescam é dividido entre os parentes. É o princípio de reciprocidade coletiva.”
“Todos os membros de uma tribo têm o mesmo direito de usufruir da terra e de seus recursos, é a posse coletiva da terra, por isso dizemos que as sociedades indígenas são igualitárias, não existem ricos nem pobres, nem patrões nem empregados.”

2° ARGUMENTO: Conforme afirma Marilene Leal Pare (Auto-Imagem e Auto-Estima na Criança negra: Um Olhar sobre o seu Desenvolvimento Escolar) os atos discriminatórios diminuem a auto-estima e inibem o pleno desenvolvimento cognitivo. Esta afirmação é válida para qualquer discriminação de qualquer etnia, pois qualquer sujeito em si apresenta características únicas, porém universais, tendo que, em qualquer cultura ser respeitado em sua totalidade, como ser humano que é. Acrescenta a autora, a importância de um planejamento de um currículo no qual esteja presente o esquema de pensamento de origem africana e, vou mais além, um que priorize todas as origens, inclusive a indígena. Com certeza o preconceito é um astuto “inimigo” da educação.

ATIVIDADE MUITO SIGNIFICATIVA - PARTE B DO PORTFÓLIO DE 2009-1

PARTE B
Uma atividade significativa, para mim, fora o filme e as respectivas atividades propostas no portfólio – Parte A. Pois, ao olhar o filme, “Entre os muros da escola”, pude, numa visão geral, relembrar estudos de algumas leituras, atividades e práticas que fiz e, que foram muito importantes, neste primeiro semestre de 2009. Evidentemente, não vou contrariar o que coloquei na parte A, do portfólio, no qual afirmo que a atividade mais significativa, para mim, fora a leitura e respostas às perguntas do texto: “Educação após Auschwitz.” Porém, explico-me: as duas atividades, o filme e o texto com as atividades propostas em ambos, serviram para minha maior reflexão, para compreensão da “ligação” entre as interdisciplinas, e ajudaram a repensar minha prática. Também, não posso deixar de dar relevância aos demais textos que li, pois contribuíram na construção de meu conhecimento e muito enriqueceram minha vida tanto profissional quanto pessoal.
Aqui, segue o texto que fiz referente às perguntas, da interdisciplina de Filosofia: Ensaio de Adorno.
O que predispôs os indivíduos, segundo o texto, a aceitarem o nazismo e a barbárie são os sujeitos que estão desprovidos de consciência e carentes de reflexão sobre si mesmos, virtudes estas adquiridas com a educação. Conforme mostra a psicologia profunda, os caracteres dos sujeitos, em geral, já se formam na primeira infância. Sujeitos predispostos a aceitarem o nazismo e a barbárie, com certeza, apresentam “traumas” que são decorrentes da sua primeira trajetória de vida. É preciso promover a formação de sujeitos com autonomia. Sujeitos com autonomia, são também providos da força para a reflexão, para a autodeterminação e para a não participação nos crimes. Também é preciso dar atenção maior à educação infantil, sobretudo na primeira infância e, depois com muito esclarecimento ir promovendo, entre os sujeitos, a auto-reflexão crítica, criando um clima espiritual, cultural e social, tudo isto para a formação de uma identidade saudável. Não podemos esquecer da sobrevivência, na capacidade de amar. O amor não por coisas materiais, mas pelo ser humano. O amor não deve dar lugar à frieza.
A EDUCAÇÃO DEVE CONTRIBUIR, PORTANTO, PARA O PROCESSO DE FORMAÇÃO E EMANCIPAÇÃO DO SUJEITO, EM OUTRAS PALAVRAS, CONTRIBUINDO PARA CRIAR CONDIÇÕES EM QUE OS INDIVÍDUOS, SOCIALMENTE, CONQUISTEM A AUTONOMIA.”
Voltando ao assunto, o filme trouxe à tona análises bem importantes da realidade que vivo em sala de aula; também tive suportes teóricos para tratar desta (a realidade) em muitos textos que li, e que faço, resumidamente, alguns relatos aqui.
Destaco, novamente, que meu mais significativo aprendizado é o texto: “Educação após Auschwitz”, que para mim, tem principal importância, pois me faz refletir constantemente. Assim, firmo ainda mais minha proposta de promover a educação às gerações futuras. A educação constrói a autonomia dos sujeitos, estes que serão providos da força para reflexão, para a autodeterminação e para a não participação nos crimes. A educação para a formação de uma identidade saudável e de um cidadão predisposto à reflexão crítica.
Cito aqui contribuições que considero importantes visto que tratam da forma de assegurar o NÃO preconceito, de qualquer espécie.
Afirma Marilene Leal Paré, (Auto-Imagem e Auto-Estima na Criança Negra: um Olhar sobre o seu Desenvolvimento Escolar) os atos discriminatórios diminuem a auto-estima e inibem o pleno desenvolvimento cognitivo. Através do método fenomenológico, a autora do texto mergulhou na busca da compreensão do significado dos sentimentos manifestados por um grupo d alunos que foram por ela entrevistados e, através de textos literários, oriundos destes questionamentos, foi surgindo dimensões que a própria fora agrupando em torno de conteúdos significativos: As essências e as 9 Dimensões. Outra contribuição, da autora, foi a colocação da importância de um planejamento de um currículo no qual esteja presente o esquema de pensamento de origem africana. Na minha prática, meus alunos estão melhorando a convivência entre si, numa busca maior pelo respeito mútuo, no conflito entre tantas identidades diferentes.
Também foi muito importante as colocações do texto de Jaqueline Santos Picetti (Significações de Violência na Escola: equívocos da compreensão dos processos de

desenvolvimento moral na criança). Neste, a autora coloca a importância do desenvolvimento moral, baseado em estudos de Piaget. Não bastasse, procurei mais leitura sobre o assunto e, segundo Piaget:
(1994)”...o adulto deve ser um colaborador e não um mestre, do duplo ponto de vista moral e racional (...) realizemos na escola um meio tal que a experimentação individual e a reflexão em comum se chamem uma a outra e se equilibrem.” (p.300)
Na interdisciplina Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais foi muito interessante aprender sobre o histórico da Educação Inclusiva, no Brasil, e com os textos lidos pude participar dos Fóruns e opinar. Acredito que as leis são sábias, mas a prática está muito longe das verdadeiras intenções. Asseguro que o que precisamos é viver a igualdade na equidade, visto que somos diferentes porque somos únicos, porém é preciso garantir a todos os direitos iguais.
Com certeza, as colocações acima são sucintas e essenciais, mas entre outras, fizeram aumentar meu conhecimento da complexidade do que é o ser humano e, qual sua condição básica de vida na plenitude: A Educação.

Reflexão sobre o texto lido: Educação após Auschwtiz

O que predispôs os indivíduos, segundo o texto, a aceitarem o nazismo e a barbárie são os sujeitos que estão desprovidos de consciência e carentes de reflexão sobre si mesmos, virtudes estas adquiridas com a educação. Conforme mostra a psicologia profunda, os caracteres dos sujeitos, em geral, já se formam na primeira infância. Sujeitos predispostos a aceitarem o nazismo e a barbárie, com certeza, apresentam “traumas” que são decorrentes da sua primeira trajetória de vida. É preciso promover a formação de sujeitos com autonomia. Sujeitos com autonomia, são também providos da força para a reflexão, para a autodeterminação e para a não participação nos crimes. Também é preciso dar atenção maior à educação infantil, sobretudo na primeira infância e, depois com muito esclarecimento ir promovendo, entre os sujeitos, a auto-reflexão crítica, criando um clima espiritual, cultural e social, tudo isto para a formação de uma identidade saudável. Não podemos esquecer da sobrevivência, na capacidade de amar. O amor não por coisas materiais, mas pelo ser humano. O amor não deve dar lugar à frieza.
A EDUCAÇÃO DEVE CONTRIBUIR, PORTANTO, PARA O PROCESSO DE FORMAÇÃO E EMANCIPAÇÃO DO SUJEITO, EM OUTRAS PALAVRAS, CONTRIBUINDO PARA CRIAR CONDIÇÕES EM QUE O INDIVÍDUOS, SOCIALMENTE, CONQUISTEM A AUTONOMIA.


Carla Rosane Maus

MINHA PRÁTICA

SALA DE AULA CONSTRUTIVISTA

CARLA ROSANE MAUS


O aluno produz transformações no mundo objetivo, através da dimensão assimiladora, e pela dimensão acomodadora, produz transformações em si mesmo. E, ao produzirem essas transformações, a aprendizagem será construída, pois resultará em uma síntese indefinidamente renovada entre a continuidade e a novidade. ASSIMILAÇÃO+ACOMODAÇÃO=APRENDIZAGEM E TRANSFORMAÇÃO.

As atividades que propus, no plano de ação, desenvolvem em meu aluno, a independência através das experiências de observação e reflexão, levando o mesmo a construir abstrações cada vez maiores para a resolução dos problemas do meio.

Ao propor, no plano de ação, as atividades, levei em consideração os conhecimentos construídos pelos alunos e após, eles próprios puderam: observar, agir, operar, criar, construir e tentaram modificar a realidade vivida, nas suas experiências diárias. Tentei levar ao meu aluno a idéia da importância da reflexão crítica para ser possível a transformação do meio.

As crianças através da ação são capazes de representar um significado e interagir com o meio e então adquirir e construir o conhecimento.

De acordo com o professor Fernando Becker, em seu texto Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos, “...o aluno só aprenderá alguma coisa, isto é, construirá algum conhecimento novo, se ele agir e problematizar a sua ação. Em outras palavras, há duas condições necessárias para que algum conhecimento novo seja construído: a) que o aluno aja (assimilação) sobre o material que o professor presume que tenha sido de cognitivamente interessante, ou melhor, significativo para o aluno; b) que o aluno responda por si mesmo às perturbações (acomodação) provocadas pela assimilação deste material, ou, que o aluno se aproprie, neste segundo momento, não mais do material, mas dos mecanismos íntimos dos mecanismos de suas ações sobre este material.”

DESENVOLVIMENTO MORAL

Sempre fica um pouco de perfume nas mãos que oferecem flores!!!!!!!!!!!

Nos 24 anos que leciono, me deparo quase todos os dias, com atitudes violentas de alunos e, tenho a impressão que os mesmos consideram natural estas práticas. Porém, sempre sou intermediária nas situações e, comento que não devemos agir com mais violência.
A violência não é manifestada só por atos físicos, como: chutes, socos, tapas,... Também há os apelidos e os palavrões. Sou muito de argumentar nestes momentos, falando e perguntando sobre tais atitudes, fazendo-os refletir sobre tal comportamento... Onde vamos chegar? ... O que resolve?
No possível, falo particularmente com os alunos envolvidos, fazendo-os refletir muito. Já são tantas as situações nestes 24 anos!
Na sala de aula temos um quadro descrito os direitos e deveres do aluno e, sempre que possível lemos as regras. Foram os próprios alunos que fizeram as regras. Também converso muito com os alunos sobre a responsabilidade de todos em aceitar as regras, sendo assim a aula se desenvolve na forma tranqüila, com respeito e cooperação.
Acredito que o desenvolvimento moral é uma construção diária.
É preciso estimular e ou provocar os alunos, no sentido de tentar equilibrar a experimentação com a reflexão em comum. Também é preciso respeitar o processo de desenvolvimento moral, não achando mais, certos comportamentos como violentos, mas como característicos de uma determinada fase de construção da autonomia da criança, para que o sentimento de justiça se desenvolva, sem atos de selvageria, mas sempre incentivando o respeito mútuo e a solidariedade entre todos.
Nós, professores, precisamos colaborar no processo de desenvolvimento dos alunos, tanto no ponto de vista moral como racional, como nos coloca Piaget. E par Piaget (1994)”...o adulto deve ser um colaborador e não um mestre, do duplo ponto de vista moral e racional (...) realizemos na escola um meio tal que a experimentação individual e a reflexão em comum se chamem uma a outra e se equilibrem.” (p.300)

EPISTEMOLOGIA _PLANO DE AÇÂO

Ação

Para a epistemologia genética a ação é promotora de aprendizagem. Piaget acreditava que a aprendizagem acontece a partir da ação do sujeito,sendo que essa ação pode ser física ou mental.
A partir dessa idéia, pense em sua sala de aula e em conteúdo com o qual você trabalha. De acordo com o conceito de ação para a Epistemologia Genética; descreva como esse conteúdo poderia ser trabalhado e com isso poderia auxiliar no desenvolvimento dos alunos.
A turma que apliquei o plano de ação foi: 3º ano do colégio do Ensino Fundamental de 9 anos,com 25 alunos.
Atividade inicial: passeio pelas ruas próximas da escola, onde tiramos fotos diversas.
Objetivos;
-Observar e distinguir os elementos criados pelo homem e os elementos do ambiente natural.
-Compreender que ações individuais e em grupo são essenciais para a transformação das condições de melhoria de nosso meio.
-Participar de ações que promovem a preservação da natureza.
Desenvolvimento;
-Passeio pelas ruas próximas da escola.
-Alunos, dois a dois, desenham e escrevem nomes de elementos vistos (do ambiente natural e os criados pelo homem).
-Debate sobre as condições que se encontram o ambiente natural próximo à escola e, quais mudanças seriam necessárias para que o ambiente observado seja melhorado.
-Na sala de informática, pesquisamos os endereços que nos auxiliaram na ajuda para melhoria dos locais observados (lixo, retirantes dos galhos e utensílios jogados na rua e AESUL).
-Formação de textos coletivos para serem enviados aos devidos locais.
-Confecção de cartazes com regras para alunos da escola, na tentativa de preservação do ambiente escolar.
-Montagem de um painel com as fotos tiradas, os desenhos dos alunos e as cartas que foram feitas.
-Ida ao correio para enviar as cartinhas.
-Foi feita uma pequena horta.

O homem pode preservar e, com pequenas ações no individual ou no grupo, pode melhorar o meio onde vive!
Segundo Piaget, o conhecimento procede da ação.
Com as diferentes informações fizemos à prática e, na prática construímos o conhecimento.
Este trabalho foi estimulante, pois tivemos a informação e prática; meus alunos interagiram com o meio, construindo conhecimentos.
Trabalhamos muito no coletivo, o que foi muito importante também.


Bibliografia;
O que é construtivismo?(Becker, Fernanda).
Epistemologia Genética (Marques,Tânia B.I).

Mosaico

Mosaico étnico-racial

Carla Maus
Para a criação de um mosaico étnico-racial inicialmente, como já havíamos estudado bastante sobre a cultura dos índios, aproveitando lemos diversos textos sobre a vida dos escravos. Então, os alunos fizeram descrições de sua pele, cabelos,...
A princípio eles acharam tudo muito bonito, se identificando, fazendo o auto-retrato. Depois questionei se éramos todos iguais. As primeiras respostas foram que não e então perguntei: onde estavam as diferenças e logo responderam: cor de pele, cabelos, cor de olhos, tamanho, jeito de ser ...
Então os questionei o porque de sermos diferentes. Muitos responderam que é devido a nossa origem.
Entre a nossa turma os alunos identificaram as pessoas negras, e dois alunos que pareciam índios. Não houve nenhum constrangimento por parte de ninguém.
Conversamos sobre o caso de um aluno que é bem branquinho ser primo de um outro mais moreno, sendo que o pai do mais moreno é irmão da mãe do loirinho. Nesta família o avô é negro e a avó é branca, portanto, o pai do menino é mais negro e este aluno tem a pele mais escura e seu primo filho da irmã do pai negro é clara mas, não tão negra e seu marido é claro e desta mistura saiu o aluno loirinho.
Foi interessante a discussão da cor dos primos o que levou os alunos a entender a mistura de raças. Surgiu muitos casos de diversos alunos do tipo: “Minha mãe também é negra e eu sou claro, meu pai é claro.”

Logo apareceu que esta mistura de cores esta em toda a parte e os alunos falaram em termos de Brasil e, voltamos novamente a história do índios que moravam aqui e dos escravos negros vindos da África. .
Um dia pedi aos alunos que trouxessem imagens de pessoas e então eles criaram um painel (mosaico) com imagens de pessoas diversas. A turma foi dividida em 3 grandes grupos onde cada grupo criou um painel utilizando as imagens e papel pardo.
Todos concluiriam que somos diferentes e estamos com etnias misturadas e possuímos culturas de diversos lugares.
Para finalizarmos fizemos estudos sobre quais eram as funções das mães índias e negras, antigamente e, fizemos comparações com aquilo que as mães de hoje fazem, suas múltiplas funções. Então pedi que desenhassem o rosto da mãe, com sua cor bem definida e fizemos um mosaico. Trouxe uma obra de Portinari e outra de Tarcila do Amaral para os alunos verem. Eles gostaram das obras e, com cores exuberantes fizeram o retrato de suas mães. Ficou um lindo mosaico.

Um plano de Ação muito significativo na minha Aprendizagem

COMO TRABALHAR QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NA ESCOLA

TURMA: 4° ANO DE 8
NÚMERO DE ALUNOS: 25

OBJETIVO GERAL:
#Reconhecer a diversidade étnica afro na formação do povo brasileiro e sua importância cultural.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
#Desenvolver o sentimento de pertencimento e valorização às etnias;
#Conhecer as contribuições culturais deixadas pelos negros no RS.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS:
#Roda de conversa sobre os temas: importância das etnias, diferenças e influências culturais, discriminação racial.
# Estudo das condições de vinda dos negros da África e vida dos mesmos no Brasil;
#Pesquisa, no laboratório de informática, das contribuições dos negros para o nosso Estado (RS), como: comidas, danças, canções, religião e linguagem. Confecções de cartazes para expor.
#Hora do Conto com o livro: No tempo da escravidão no Brasil;
# Apresentação, na Feira Multicultural das diferentes turmas que estudaram as diversas contribuições dos povos que para cá, Brasil, vieram. Tema da Feira Multicultural: Nossos descendentes e suas contribuições.
#Ensaio de uma música e dança Africana; a mesma foi pesquisada no GOOGLE, pelos alunos.
#Alunos fizeram um mosaico de celebridades negras do Brasil, retiradas do GooGLE;
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando se conversa com crianças sobre questões como diferenças raciais que é um tema delicado, ouvir e perguntar, ampliar o efeito das perguntas e respostas pode iluminar as compreensões e atitudes de muitos.
Em nossa escola temos alguns materiais sobre cultura afro-brasileira, que fiz uso para desenvolver o trabalho com os alunos.
Trabalhar com o livro, acima citado: No tempo da escravidão no Brasil foi ótimo; acredito que gostaram muito. Estamos estudando estes assuntos desde o início do ano. Foi emocionante a história da escravidão.